Os últimos dados são reveladores. Em apenas dois anos, os benefícios por incapacidade temporária ligados a problemas de saúde mental mais que dobraram no Brasil, saltando de cerca de 201 mil, em 2022, para aproximadamente 472 mil em 2024, segundo a ONU Brasil.
Além disso, um estudo com 10.300 trabalhadores de 220 empresas revelou que 31% deles nunca tomaram nenhuma medida para cuidar da própria saúde mental. Você já pensou quantos talentos isso representa? Essa é uma lacuna enorme que vai além da empatia: representa risco legal, custos elevados de afastamento e queda de produtividade.
A saúde mental, que por muito tempo foi considerada um tema secundário nas empresas, hoje se mostra como um dos pilares centrais da sustentabilidade corporativa. Ignorar esse cenário não é apenas um risco humano, mas também financeiro e reputacional.
Percepções e cultura: o problema invisível
Uma pesquisa recente da revista Exame revelou que 70% dos brasileiros acreditam que as empresas não estão preparadas para tratar sobre a saúde mental de forma adequada. Esse dado revela uma lacuna importante entre o que é oferecido e o que os colaboradores realmente esperam em termos de apoio emocional.
No dia a dia, isso pode aparecer em situações simples, como a falta de abertura para conversar sobre estresse, ausência de canais de escuta ou líderes que ainda associam sofrimento emocional à fraqueza. Esse “silêncio corporativo” mantém o problema invisível, mas com consequências muito concretas.
Além disso, o cuidado com a saúde mental não é distribuído de forma igualitária. Estudos apontam que trabalhadores pretos e pardos, assim como as mulheres, enfrentam mais barreiras para acessar suporte, tanto no âmbito pessoal quanto no institucional. Essa desigualdade reforça a necessidade de políticas de inclusão que contemplem diferentes realidades dentro do ambiente corporativo.
Legislação além do discurso
Desde maio de 2025, todas as empresas precisam incluir a avaliação de riscos psicossociais em seus processos de Segurança e Saúde no Trabalho, identificando fatores como assédio, carga mental excessiva e jornadas longas. O não enfrentamento desses riscos gera custos, passivos e compromete a imagem corporativa.
Leis complementares também estão fortalecendo esse movimento. A Lei 14.831/24, por exemplo, instituiu o Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental, que reconhece organizações que vão além da obrigação legal.
Na prática, saúde mental no trabalho não é mais uma escolha: é padrão de responsabilidade empresarial. A Ocupacional tem apoiado empresas nesse processo, ajudando a traduzir exigências legais em soluções concretas.
O impacto direto nos negócios
Ignorar a saúde mental sai caro. Entre as principais consequências estão:
- Afastamentos frequentes por licenças médicas.
- Produtividade reduzida e falhas na entrega.
- Clima organizacional negativo e aumento da rotatividade.
- Riscos jurídicos e passivos trabalhistas.
Por outro lado, empresas que investem no tema conquistam vantagens competitivas:
- Menos absenteísmo (faltas e afastamentos frequentes) e presenteísmo (quando o colaborador está presente fisicamente, mas com baixo rendimento devido a problemas de saúde ou emocionais).
- Equipes engajadas e colaborativas, com maior capacidade de inovação.
- Ambientes organizacionais mais atrativos, que favorecem a retenção de talentos.
- Reputação positiva no mercado, tanto para clientes quanto para candidatos.
Diversos estudos internacionais confirmam esse impacto. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cada dólar investido em programas de promoção de saúde mental pode gerar até quatro dólares de retorno em aumento de produtividade e redução de custos.
Como promover saúde mental no trabalho?
Cuidar da mente da equipe exige planejamento, ações consistentes e acompanhamento contínuo. Algumas práticas essenciais são:
1. Avaliação periódica dos riscos
Realizar diagnósticos para identificar situações que geram estresse e desmotivação. Questionários, entrevistas e observações ajudam a mapear os pontos críticos.
2. Planos de ação estruturados
Desenvolver ou reorganizar metas, com prazos e responsáveis definidos, melhorando jornadas ou fluxos de comunicação.
3. Capacitação de líderes e equipes
Oferecer treinamentos sobre saúde mental no trabalho, gestão saudável e prevenção de assédio. Gestores precisam ser preparados para identificar sinais de sofrimento na equipe.
4. Políticas internas de bem-estar
Criar normas contra assédio, burnout e sobrecarga demonstra compromisso e dá segurança aos colaboradores.
5. Monitoramento constante
A saúde mental não deve ser tratada como projeto temporário. É preciso acompanhar indicadores e ajustar estratégias de forma contínua.
A Ocupacional atua justamente nessas frentes, apoiando empresas na criação de estratégias práticas e sustentáveis.
Liderança como agente de transformação
Um dos maiores diferenciais para a saúde mental no trabalho está na postura da liderança. Gestores autoritários e focados apenas em resultados podem ampliar os riscos psicossociais.
Já líderes empáticos, que sabem ouvir, dar feedbacks construtivos e valorizar o time fortalecem o engajamento e reduzem o estresse. Investir em programas de formação de líderes conscientes é investir no equilíbrio emocional de toda a organização.
Por que agir agora?
As exigências legais para o gerenciamento dos riscos psicossociais já estão previstas e devem entrar em vigor nos próximos anos. Esperar até lá pode sair caro.
Empresas que se antecipam têm vantagens: implementam mudanças de forma gradual e sustentável, reduzem custos futuros com afastamentos e multas e reforçam sua reputação como empregadores responsáveis. Em outras palavras, cuidar da saúde mental no trabalho não é gasto, é investimento estratégico.
Saúde mental como diferencial estratégico
Os números não deixam dúvida: saúde mental no trabalho deixou de ser desejável para ser essencial. Empresas que antecipam práticas eficazes saem na frente: ganham em produtividade, atração e retenção de talentos, reputação e segurança.
Investir nisso agora não é apenas cumprir uma norma ou evitar penalidades. É preparar a organização para um ambiente de trabalho sustentável, equilibrado, no qual colaboradores prosperem e as empresas também se fortaleçam.
Na Ocupacional, somos especialistas em apoiar organizações nesse caminho. Atuamos na identificação e prevenção de riscos psicossociais, ajudando a construir ambientes mais seguros, humanos e produtivos.
No fim das contas, valorizar a mente significa valorizar o negócio. Onde existe equilíbrio emocional, existe também mais produtividade, inovação e resultados sustentáveis.
Fale com nossos especialistas e prepare sua empresa para o futuro do trabalho.