Empresas e profissionais de Segurança e Saúde do Trabalho precisarão se adaptar a um cenário ainda cercado de muitas incertezas.
Passado mais de um ano do início da pandemia de Covid-19 e com a perspectiva de uma vacina no horizonte, as empresas podem enfim começar a pensar no que virá depois. Mesmo que ainda haja muitas incertezas, é fato que o novo cenário está cercado de desafios, principalmente para quem atua na área de Segurança e Saúde do Trabalho. Será exigida uma nova postura dos profissionais, que precisarão ser capazes de entender o cenário futuro para amenizar os efeitos da crise para os demais trabalhadores.
Nesse sentido, um dos pontos cruciais será a saúde mental. Com quase 500 mil mortes causadas pela doença e outras milhões de pessoas contaminadas, é muito difícil que alguém não tenha sofrido ou não conheça alguém que tenha sido afetado pela Covid-19 – e isso causa um impacto pessoal imensurável. Além disso, o medo de ser contaminado, o estresse pela redução do contato físico, a pressão constante por rendimento e as dúvidas sobre o futuro do emprego foram fatores essenciais para o aumento dos casos de ansiedade e depressão nesse período.
Em um artigo escrito para a revista Proteção, o presidente da Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais e professor na Unicamp, Luiz Carlos Miranda Júnior, apresenta um estudo sobre o impacto da pandemia nos negócios. Apesar da pesquisa ter sido realizada em meados de 2020, os dados mostram que um terço das companhias participantes não tinha certeza do que esperar no período de seis a 24 meses pós-pandemia. E isso antes mesmo do pico da doença, ocorrido no primeiro semestre deste ano.
Diante desse cenário, Luiz Carlos acredita que os efeitos dessa crise serão mais duradouros do que todos estão esperando. Uma das preocupações apontadas pelas empresas foi com relação a viagens que podem expor os trabalhadores a riscos desnecessários. “Uma das heranças dessa fase provavelmente será a maior ‘introspecção’ das organizações. Plataformas de comunicação a distância, com as quais obrigatoriamente passamos a ter contato íntimo nesses tempos, permitem que mesmo após esse período atípico de afastamento das pessoas, os contatos presenciais continuem a ser menos frequentes do que no passado”, reflete.
Isso terá um impacto também para consultores externos, inclusive para os profissionais de SST. Esses profissionais poderão ter uma maior dificuldade de atuar no campo, além de precisarem lidar com diferentes cenários – como a própria casa dos funcionários, visto que o modelo híbrido está sendo avaliado por muitas empresas. A vistora dos ambientes de trabalho era algo tão comum e essencial para a identificação dos riscos, então será preciso se adaptar.
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O que esperar do pós-pandemia?
Mesmo com alguns grupos já vacinados, ainda será preciso manter todos os cuidados de higiene seguidos ao longo do último ano. O uso de máscara seguirá necessário nas empresas até que a população atinja a porcentagem de segurança de imunização e o uso de álcool em gel, ventilação e distanciamento social deverão ser mantidos até que a situação se normalize.
O controle das pessoas com sintomas ou doentes também deverá ser feito de forma contínua, pois evita que haja uma contaminação em massa no ambiente organizacional. Como a pandemia abriu a possibilidade do trabalho a distância para muitos profissionais, esse controle poderá ser feito de forma eficiente e ainda manter a produtividade do presencial.
Mas um dos pontos centrais, como já apontado neste texto, é a saúde mental dos trabalhadores. Após mais de um ano sendo afetados por um momento histórico inédito, é comum que haja consequências psicológicas para essas pessoas, causadas pelos mais diversos motivos. Em uma matéria publicada aqui neste blog, discutimos com profundidade como as empresas podem evitar o adoecimento mental dos trabalhadores, mas cabe relembrar os pontos centrais, pois eles serão fundamentais para esse pós-pandemia.
O primeiro ponto é criar um ambiente saudável para todos. Nesse sentido, os profissionais de Segurança e Saúde do Trabalho e os gestores deverão identificar os riscos e as fragilidades particulares para tratar cada profissional de forma única. É preciso adotar medidas de controle, principalmente pertinentes ao ritmo de trabalho e às metas estabelecidas para que não haja uma sobrecarga – que, nesse período, pode levar mais rapidamente a casos de Burnout, de ansiedade generalizada e depressão.
Além disso, são necessárias iniciativas para promover a integração e o bem-estar físico dos empregados. Pausas no expediente, realização de ginástica laboral, a promoção de momentos de descontração e até mesmo mudanças estruturais no ambiente físico podem ser o diferencial para diminuir o estresse e cuidar da saúde mental de todos.
Como a Ocupacional pode te ajudar?
Frente a tantas incertezas, é preciso um esforço conjunto para entender o cenário individual da empresa e criar ações para minimizar as consequências futuras e vencer a crise. Por isso, a Ocupacional quer estar próxima de você nesse momento para fornecer a segurança necessária para seus colaboradores. Entre em contato para avaliarmos as necessidades da sua empresa.