Durante a rotina na empresa, é comum termos aquele dia extremamente corrido, com muitas tarefas e prazos curtos a serem cumpridos. Nosso primeiro instinto é fincar o pé no posto de trabalho e só sair quando tudo estiver concluído, certo? Por mais que pareça o certo a ser feito, precisamos entender que isso não é o melhor para o nosso bem-estar e nem para a qualidade do serviço realizado.
Ao contrário do que muitos pensam, fazer pequenas pausas pode ser aquilo que vai deixar o resultado melhor. Esses microintervalos podem durar de alguns segundos a alguns minutos, mas têm algo em comum: atuam para quebrar a monotonia. Parar para respirar e beber uma água, alongar, assistir a um vídeo, levantar-se e andar pela sala são ações para distrair por algum tempo daquela atividade e refrescar a mente.
Vale lembrar que não estamos falando daquele intervalo obrigatório presente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – de 15 minutos para jornadas acima de 4 horas, e de 1 hora para períodos acima de 6 horas –, mas sim de pausas curtas durante a realização das atividades. Pelo menos é o que indica a pesquisa do doutorando da Universidade de Illinois e especialista em microintervalos, Sooyeol Kim, destacada em uma matéria da BBC.
O objeto de estudo foram operadores de call center da Coreia do Sul, por estarem em um emprego emocionalmente desgastante e com uma grande lacuna entre o sentimento interno e como eles devem se portar frente ao público. A equipe analisou o registro diário de desempenho dos funcionários durante duas semanas, além de uma pesquisa feita antes e depois de cada dia de trabalho – com perguntas sobre os sentimentos, a carga de trabalho e os intervalos feitos.
O resultado mostrou que as pessoas que não se sentiam engajadas com seus empregos aumentavam a produtividade se fizessem microintervalos. Pausas para o lanche não faziam diferença. O diferencial eram os momentos de conversa com os colegas, de navegação na internet ou de relaxamento, por menores que fossem.
Por isso, o especialista destaca que a forma como as pessoas devem gastar seus intervalos é pessoal, de forma que fique mais confortável. “As organizações podem oferecer um ambiente livre em que seus funcionários aproveitem as oportunidades de recuperação da forma como quiserem, equilibrando pressão e bem-estar.”
Benefícios da natureza
Se você trabalha perto de uma área verde, uma simples olhada pela janela pode ser o que te dará um novo ânimo para continuar a atividade. Mas levantar e poder caminhar um pouco por espaços como esse também traz benefícios para a sua produtividade.
Em uma matéria da BBC, Lisa Nisbet, professora associada do Departamento de Psicologia da Universidade Trent, do Canadá, diz que há benefícios físicos e psicológicos de se estar em contato com a natureza. Mais vitalidade, mais emoções e uma maior satisfação com a vida são apenas alguns dos efeitos sentidos. “Geralmente, a pesquisa nos diz que quando as pessoas estão expostas ao ambiente natural, elas tendem a ter uma redução do estresse. Na natureza, a pressão arterial é mais baixa, a variabilidade da frequência cardíaca é mais controlada, até o humor é melhor”, diz.
Outra pesquisa, dessa vez da Escola de Esporte, Reabilitação e Ciências do Exercício da Universidade de Essex, no Reino Unido, analisou a ideia de que fazer atividades na natureza traz benefícios para a saúde. Com mais de 1.200 pessoas avaliadas, os pesquisadores perceberam que os maiores benefícios para a autoestima e para o humor ocorriam nos primeiros minutos de exposição à natureza.
“Claramente notamos efeitos positivos para qualquer período ao ar livre, mas, para a saúde psicológica, esses efeitos ocorrem principalmente nos primeiros cinco minutos”, afirma Jo Barton, pesquisadora responsável pelo estudo.
Técnica Pomodoro
Uma estratégia bem conhecida pelos empreendedores para aumentar a produtividade também utiliza as pausas no meio do trabalho para gerar motivação extra. Criada na década de 1980 pelo universitário italiano Francesco Cirillo, a técnica Pomodoro consiste em se focar 100% em uma atividade por 25 minutos e, depois desse tempo, fazer uma pausa breve de 5 minutos. A cada quatro ciclos completos (ou seja, a cada duas horas), você tem direito a uma pausa maior, entre 15 e 30 minutos.
Com uma lista de tarefas em mão e o foco necessário, é possível aumentar a produtividade ao mesmo tempo em que você não cansa tanto seu cérebro. Também ajuda a entender melhor qual o tempo gasto em cada atividade e quais são as principais distrações que atrapalham o bom andamento de uma atividade.