A dorsalgia, popularmente conhecida como dor nas costas, foi a principal responsável pelo afastamento de trabalhadores em 2017. O levantamento, feito pela Secretaria de Previdência Social, registrou 83,8 mil auxílios-doença concedidos no período e colocou a enfermidade, pela décima vez consecutiva, no topo do ranking.
E engana-se quem pensa que as principais responsáveis por esse resultado foram as atividades com esforço físico intenso. Serviços públicos, que mantêm o funcionário por muito tempo na mesma posição e em funções repetitivas, são os maiores vilões.
Ao comentar sobre os dados de 2016, a então coordenadora-geral de fiscalização e Projetos do Ministério do Trabalho, Viviane Forte, alertou para os perigos dessas atividades que todos consideram mais leves. “As pessoas passam muito tempo do seu dia no trabalho. Se não tiverem o devido cuidado na maneira de se sentarem e realizarem suas atividades, ou se não respeitarem as pausas necessárias ao longo da jornada, vão adoecer, independentemente de como e onde tenha surgido a dor.”
As fraturas de perna, inclusive tornozelo, ocupam a segunda colocação de 2017, seguidas pelas lesões do punho e mão. O primeiro transtorno mental – apontado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como a terceira maior causa de afastamentos – aparece na décima posição: os episódios depressivos foram responsáveis por 43,3 mil concessões do auxílio-doença. Transtornos de ansiedade, com 28,9 ml casos, estão na 15ª colocação. Já o transtorno depressivo atingiu a 21ª posição, com 20,7 mil auxílios.
Confira os dados completos abaixo:
Auxílio-doença acidentário
Quando falamos apenas dos afastamentos provocados por doenças ou acidentes de trabalho – o chamado auxílio-doença acidentário –, o ranking muda um pouco. Sai a dorsalgia (que cai para a quinta posição, com 11,8 mil auxílios concedidos) e entram as fraturas de punho, perna e pé, na primeira, segunda e terceira posições, respectivamente.
Somando os três casos, são mais de 50 mil registros para concessão do benefício. Se pensarmos apenas no top 10, esse número sobe para 71 mil, com o acréscimo das fraturas do antebraço e ombro. Veja como ficou o ranking de auxílios-doença concedidos em 2017:
Os dados completos sobre os afastamentos estão disponíveis na página da Previdência Social. A tabela é baseada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e separada pelo tipo de benefício concedido mensalmente.