Principais doenças ocupacionais na construção civil

Você sabe quais foram os motivos que mais levaram trabalhadores da construção civil ao consultório médico em 2016? O Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Seconci-SP) fez esse levantamento a partir dos atendimentos realizados na unidade central da instituição e, pela primeira vez, traz um retrato das principais doenças ocupacionais registradas na capital paulista.

Foram 51.244 consultas analisadas, levando em consideração a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID 10), estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A boa notícia é que o topo do ranking não é ocupado por nenhuma doença ocupacional, mas sim pelos check-ups de rotina, que correspondem a 16,3% dos atendimentos. Na sequência vêm as doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, com 15,2%, seguidas por problemas no aparelho geniturinário (órgão genital e urinário), com 8,7% das reclamações.

Em entrevista para a revista Proteção, a superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (Iepac) do Seconci-SP e responsável pelo levantamento, Norma Araújo, destacou que os dados refletem os investimentos feitos pelas empresas para oferecer atendimento qualificado aos empregados e realizar campanhas de prevenção. “Ações em que os médicos vão até o canteiro de obra e fornecem orientações, por exemplo, despertam o interesse desse público por prevenção, visando mais qualidade de vida no longo prazo.”

Já com relação ao público analisado, ele reflete bem o histórico do trabalhador da construção civil. Em sua maioria são homens (87,1%), na faixa etária entre os 40 e 59 anos (52,4%). Os que mais demandaram exames preventivos foram serventes de obra (12,1%) e pedreiros (9,4%). “Quando há a combinação de acesso ao atendimento médico e à informação, os números indicam maior interesse por parte dos trabalhadores que historicamente não buscam assistência preventiva”, finaliza Norma.

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