Manter canais de diálogo diretos com os colaboradores reforça o papel da segurança do trabalho e as normas de prevenção a acidentes.
Cuidar da saúde e do bem-estar dos funcionários vai muito além de uma mera exigência legal. É um investimento feito pelas empresas para garantir o bem-estar coletivo, com influência direta na produtividade e na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Nesse sentido, uma das ferramentas mais utilizadas para levar conhecimento de qualidade e contribuir para a melhoria do ambiente laboral é o Diálogo Diário de Segurança (DDS).
Como o próprio nome diz, o DDS é uma conversa realizada diariamente com a equipe para tratar de temas relativos à Saúde e Segurança do Trabalho. Questões relacionadas ao uso adequado de equipamentos de proteção, às adequações para cumprimento das normas regulamentadoras e aos cuidados individuais de saúde são muito comuns, mas também podem ser abordados pontos mais pessoais, como assuntos relacionados à família, a relacionamentos e motivacionais.
Possui curta duração, com cerca de 10 minutos, e é comandado pelas lideranças da empresa, por colaboradores capacitados sobre o tema em questão ou até mesmo por profissionais externos convidados para tal fim. Tem o desafio de tornar o assunto atrativo o suficiente a ponto de ficar guardado na mente dos funcionários, de forma a conscientizá-los sobre o assunto tratado e criar uma verdadeira cultura interna de prevenção.
Mas o principal de tudo isso é tratar o DDS como um diálogo. Não é uma palestra ou um simples aviso, mas sim um canal de diálogo direto com todos os funcionários. Assim é possível entender melhor como eles estão sentindo, receber feedbacks e buscar soluções para aumentar o bem-estar e o sentimento de pertencimento à empresa.
Não há uma receita pronta de como implementar o DDS em uma empresa porque cada uma tem suas particularidades internas que modificam a forma como o programa é realizado. Com pequenas ações, porém, é possível aumentar a participação e tornar esse momento uma parte essencial da rotina de todos:
- Fazer um estudo preliminar da empresa para detectar quais são os pontos que exigem mais atenção e devem ser combatidos com urgência;
- Criar um plano de ação para as atividades a serem desenvolvidas, com previsão dos temas, objetivos e abordagem a ser utilizada em cada área da empresa;
- Explicar aos colaboradores como funcionará o DDS e como eles podem contribuir para o desenvolvimento da ação;
- Manter a informalidade durante a realização do DDS para mantê-lo como um bate-papo;
- Estimular a participação dos funcionários, com atividades e dinâmicas para captar a atenção de todos.
O DDS é relativamente simples de ser implementado e contribui bastante para conscientizar os trabalhadores sobre as questões de SST. Se feito de forma eficiente, é uma ferramenta essencial para garantir o bem-estar de todos e, com isso, diminuir os índices de absenteísmo e doenças ocupacionais e aumentar a produtividade.
Por que manter o bem-estar da equipe?
As condições de trabalho impactam diretamente na saúde dos funcionários e cabe às empresas assumirem o devido protagonismo na melhoria do ambiente laboral – afinal, são elas uma das principais fontes estressoras das pessoas, de um modo geral. Um estudo realizado pela psicóloga Marilda Lipp, pós-doutora pelo National Institute of Health, mostrou que, nos últimos dez anos, houve um aumento considerável no índice de estresse nos executivos brasileiros, saltando de 45% para 59%. Em profissionais que não exercem cargos de chefia, esse índice chega a 35%.
Diante desse cenário, é comum o surgimento de doenças como hipertensão, depressão, síndrome do pânico e ansiedade – a mais predominante, em 55,6% dos entrevistados. Gastrites (32,64%) e doenças respiratórias (20,45%) lideram no quesito doenças psicossomáticas. Ou seja, há uma relação direta entre as atividades realizadas e o bem-estar físico e mental.
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Para aliviar essas questões, os entrevistados disseram recorrerem a recursos para além da empresa. Para 63%, a solução envolve uma atividade física. Do outro lado, 53% descontam no excesso de comida. Outros 62,45% recorrem a rezas ou irradiações mentais; 38,53% fazem compras; 21,81% utilizam calmantes; 15,83% vão a um centro espírita; 10,39% procuram pastores; 9,75% fumam cigarros. Além disso, 75% conversam com amigos ou familiares para aliviar o estresse.
Ou seja, as empresas precisam criar ambientes de trabalho mais harmônicos para motivar e engajar os trabalhadores em suas atividades, de modo a aumentar a segurança e garantir a saúde de todos. Para isso, algumas dicas podem ser seguidas:
- Realizar o Diálogo Diário de Segurança, com dicas e ações práticas para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores;
- Promover momentos de pausas durante o dia a dia dos funcionários, com alongamentos e exercícios de respiração;
- Respeitar os horários de trabalho e de almoço, evitando o envio de mensagens ou tarefas para além dos períodos estabelecidos;
- Definir limites e prazos reais a serem cumpridos, de modo a evitar o excesso de pressão;
- Oferecer ajuda de um psicólogo ou profissionais relacionados para que os colaboradores possam conversar em um ambiente seguro;
- Manter uma relação honesta e transparente com os empregados, com feedbacks constantes e retornos sobre o trabalho realizado;
- Flexibilizar horários e balancear a cobrança por resultados o tempo inteiro, pois as pessoas precisam de um repouso adequado para ter uma melhor qualidade de vida;
- Planejar o dia de trabalho de forma a não sobrecarregar as pessoas e garantir entregas com excelência.
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Consultoria em SST
Garantir o bem-estar dos trabalhadores não diminui apenas o número de afastamentos, mas também traz mais confiança para as relações ocupacionais e afeta até mesmo os indicadores da empresa. Para isso, é necessário um bom programa de Segurança e Saúde do Trabalho. A Ocupacional possui mais de 30 anos de experiência para ajudar a sua empresa a crescer. Faça contato com a gente e veja como podemos te ajudar!