A doença auditiva relacionada ao trabalho ocorre em sua maioria, devido aos riscos existentes em determinados ambientes laborais, provenientes da exposição continua a ruídos e barulhos intensos. Conhecida como Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), essa doença pode estar relacionada também, a outros fatores causais, como por exemplo, a vibração, o calor, e a exposição a substâncias químicas.
Portanto, podemos classificar a PAIR como a perda da audição gerada pelo tempo prolongado em que o trabalhador fica exposto a ruídos intensos no ambiente laboral. A doença atinge muitos trabalhadores, geralmente, de forma bilateral, irreversível e progressiva. Como não há um tratamento para corrigir o problema, nem mesmo a possibilidade de recuperação após o afastamento do funcionário de suas atividades laborais, a prevenção torna-se o método mais eficaz para combater a ocorrência de novos casos nos ambientes de trabalho.
Para identificar uma perda auditiva é importante que todos os envolvidos, empregadores e empregados, estejam sempre atentos aos principais sinais e sintomas do surgimento da doença, ainda em sua fase inicial:
- Sinais de perda auditiva;
- Audição de zumbidos;
- Dificuldade para a compreensão da fala durante as conversas com outras pessoas;
- Dificuldade para localizar a origem da fonte sonora;
- Dificuldade de atenção e concentração durante a execução das tarefas;
- Intolerância a exposição a uma carga sonora intensa;
- Alterações durante o sono;
- Dores de cabeça;
- Tontura e dificuldades para manter o equilíbrio do corpo;
- Irritação e ansiedade;
- Isolamento e constrangimento causados pela dificuldade auditiva.
A maior ocorrência da perda auditiva no trabalho está presente, principalmente, em ambientes laborais com atividades relacionadas aos setores da siderurgia, metalurgia, produção gráfica, indústria têxtil, construção civil, agricultura e transporte. Mas é também importante que todos compreendam que os ambientes de trabalho com intensos ruídos sonoros, embora possuam o maior número de ocorrências da doença, não são os únicos capazes de provocar perdas auditivas nos trabalhadores. Conforme citado anteriormente, outros agentes causais que agem de forma isolada ou simultânea à exposição de ruídos, podem também ocasionar danos auditivos:
- Exposição continua a determinados ruídos ambientais;
- Exposição continua a agentes e substâncias químicas (combustíveis e solventes);
- Exposição a vibrações intensas;
- Exposição intensa ao calor em ambientes de trabalho, como por exemplo, as caldeiras.
Para cuidar da saúde dos trabalhadores e prevenir o surgimento dos sintomas da doença auditiva relacionada ao trabalho, todas as empresas devem sempre buscar os métodos de prevenção e um eficiente atendimento médico ocupacional, realizado por profissionais especializados. Dessa forma, os trabalhadores são submetidos à realização de exames específicos audiológicos, com objetivo de diagnosticar a saúde auditiva, assim como o surgimento ou o agravamento de possíveis doenças que podem provocar a queda da produtividade no trabalho, ou até mesmo o afastamento dos funcionários. Nesse caso, o médico do trabalho deve também pesquisar informações sobre o histórico da saúde do trabalhador, assim como, identificar a relação da exposição a ruídos ou a outros fatores causais no ambiente laboral, com uma possível perda auditiva, avaliando os sinais e os sintomas apresentados.
Após os exames, o médico do trabalho deve avaliar os resultados obtidos para informar o diagnóstico e o tratamento adequado. Nos casos de um diagnóstico precoce da doença, o trabalhador poderá se submeter a um planejamento terapêutico para evitar o agravamento dos sintomas. Além disso, o médico do trabalho encaminhará à empresa um relatório com métodos para uma busca ativa, a fim de avaliar o surgimento de novos casos no mesmo ambiente laboral. Assim, serão sugeridas e adotadas as medidas preventivas de proteção individual e coletiva, com objetivo de evitar o desencadeamento da doença em outros funcionários.
Texto redigido pela Assessoria de Comunicação da
Ocupacional Medicina e Engenharia de Segurança do Trabalho